As metamorfoses do trabalho doméstico remunerado e ou realizado Nova Iorque (mas desempenhado por latinas) onde encontramos algumas semelhanças. terceira e quarta parte são voltadas ao protagonismo da enunciação das próprias trabalhadoras domésticas (dominicanas, mexicanas, brasileiras, uruguaias, peruanas, chilenas, colombianas e cubanas. sendo um estudo de grande importância, sobretudo, para o contexto latinoamericano, que frequentemente compõe a mão de obra voltada ao trabalho doméstico no âmbito dos países do Norte.
Também, a obra de Heleieth Saffioti (1978) Emprego doméstico e capitalismo bastante citada como talvez a inauguradora desta temática no cenário brasileiro, ainda que suas análises estejam pautadas muito mais no que o trabalho doméstico não se enquadraria no modo de produção capitalista, pois seria remunerado por uma renda pessoal que não se torna capital, já que não geraria mais valia; um trabalho que realizado para e consumido por uma família para a reprodução de suas forças de trabalho, portanto uma atividade que seria integrada, mas não totalmente capitalista. Certamente existem trabalhos que contestam esta hipótese como os de Elizabeth Jelin (1975) e Angela Davis (1981) que argumentam justamente o contrário, que o capitalismo teria se beneficiado largamente da não remuneração do trabalho doméstico e que ele seria fundamental para o sistema capitalista, sendo também produtivo. Para além do impasse de produtivo, reprodutivo, capitalista ou não capitalista, as análises de Elizabeth Jelin (1975) e Julia Filet Abreu de Souza (1979) comungam que a emancipação das mulheres apenas será possível quando estejam totalmente inseridas em relações capitalistas de produção. No caso de Davis, há a especificação das experiências das mulheres negras e também a proposta de socializar e industrializar o trabalho doméstico e os cuidados tornando os acessíveis classe trabalhadora, e isto 1053